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                                 include '../include/menu.php'?>
                                
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                                              Dicionário das Obras
                                                        Básicas da  
                                                Cultura Ocidental  
                                                       
                                                      Antonio Paim 
                                                      Índice: a - b - c - d - e - f - g - h - i - j - k - l - m - n - o - p - q - r - s - t - u - v - x - w - z 
                                             
                                            
                                            
                                                
                                              SÃO TOMÁS 
                                              Pertencia à nobreza italiana
                                                e, tão logo concluiu as
                                                chamadas artes liberais, destinadas
                                                a proporcionar cultura geral,
                                                ingressou na Ordem dos Dominicanos.
                                                Concluiu sua formação
                                                com Alberto Magno, que se ocupava
                                                de adaptar a filosofia de Aristóteles – de
                                                que só  recentemente se
                                                tomara conhecimento – à doutrina
                                                cristã. Tomás de
                                                Aquino torna-se discípulo
                                                predileto do respeitado mestre,
                                                que o indica para lecionar na
                                                Universidade de Paris. Na condição
                                                de professor, inicia a obra que
                                                o tornaria figura central na
                                                filosofia católica. Em
                                                1259, aos 34 anos de idade (nasceu
                                                em 1225), já era um docente
                                                de renome e o Capítulo
                                                Geral dos Dominicanos incumbe-o
                                                de elaborar o programa de estudos
                                                para os que ingressam na Ordem. 
                                                 
                                                Tendo se fixado em Roma, em 1268
                                                inicia a elaboração
                                                da Suma Teológica.
                                                Esta obra, que assumiu grandes
                                                proporções, insere
                                                um estilo de exposição
                                                onde os assuntos relativos à doutrina
                                                cristã são estudados
                                                de forma autônoma, sem
                                                um fio condutor que os entrelace,
                                                a não ser o objetivo maior
                                                de adaptar a linha de argumentação
                                                aristotélica aos dogmas
                                                da Igreja. Nessa circunstância,
                                                pareceu a Emile Brehier que “...
                                                a filosofia se reduz, efetivamente, à arte
                                                de discutir e tirar conseqüências,
                                                partindo de premissas colocadas
                                                pela autoridade divina. Daí a
                                                forma literária dos escritos
                                                desse tempo, derivada do método
                                                utilizado por Abelardo (1079/1142)
                                                no De sic et nom e,
                                                depois, pelos sentencionários
                                                do século XII. Argumenta-se,
                                                em relação a cada
                                                tema, com apoio em autoridades
                                                ou razões deduzidas da
                                                autoridade e, de depois de ter
                                                indicado os prós e os
                                                contras, dá-se a solução.
                                                Ignora-se ou evita-se toda exposição
                                                de conjunto, toda visão
                                                sintética que, unindo
                                                sistematicamente as diversas
                                                afirmações do teólogo,
                                                daria à doutrina cristã um
                                                aspecto racional demais. Há  indubitavelmente
                                                certa ordem inerente à exposição
                                                das verdades da doutrina cristã:
                                                Deus, criação,  queda,  redenção
                                                e a salvação, constituem
                                                a ordem tradicional que tem sido
                                                seguida desde Pedro Lombardo
                                                e está pressuposta na Suma de
                                                São Tomás de Aquino;
                                                mas deve-se assinalar que é uma
                                                ordem de verdades reveladas na
                                                qual uma não depende logicamente
                                                da anterior: criação,
                                                queda, redenção
                                                são atos livres que é possível
                                                conhecer por seus efeitos, mas
                                                não deduzir de princípios
                                                necessários. É preciso,
                                                portanto, estudar separadamente
                                                cada um dos artigos da fé e
                                                as afirmações que
                                                implicam: a razão serve
                                                para descer até as conseqüências,
                                                mas não para ascender
                                                até os princípios
                                                nem para sistematizar.”  
                                                 
                                                São Tomas elaborou diversas
                                                outras obras e ensinou em outras
                                                Universidades além da
                                                de Paris. Faleceu em 1274, quando
                                                se dirigia ao Concílio
                                                convocada para aquela data, a
                                                realizar-se em Lion (França).
                                                Tinha então 49 anos. A
                                                Igreja consagrou-o como Doctor
                                                Angelicus. 
                                                 
                                                As idéias de São
                                                Tomás vieram a ser compendiadas,
                                                graças ao que alcançaram
                                                grande difusão. Em fins
                                                do século XIX, através
                                                da Encíclica “Aeterni
                                                Patris”, de Leão
                                                XIII (1879), a Igreja decidiu-se
                                                por torná-las filosofia
                                                oficial, na esperança
                                                de que a iniciativa pudesse restaurar
                                                o prestígio da Escolástica,
                                                literalmente abandonada na Época
                                                Moderna. De fato, o chamado neotomismo
                                                viria a ocupar um lugar de destaque
                                                na filosofia do século
                                                XX.. A partir da década
                                                de sessenta, entretanto, tal
                                                diretriz seria progressivamente
                                                abandonada. (Ver também Tratado
                                                do homem. Suma teológica,
                                                de Tomás de Aquino) 
                                              
                                                
                                                  
                                                      Emile
                                                    Brehier-  História
                                                    da Filosofia.Idade Média
                                                    e Renascimento. tradução
                                                    brasileira. São Paulo,
                                                    mestre Jou, 1979   
                                                 
                                               
                                                
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